sábado, 11 de dezembro de 2010

Festa

Festa de Natal para crianças portadoras em Atibaia no dia 20/12

Ajudem com 21 reais para uma cesta ou com brinquedos e mantimentos.

Entregaremos recibos para todas as doações...

O evento será no no Colégio Floriano, perto da Prefeitura e SAAE

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Agradecimentos ONG Brasil

A Vanguarda da Esperança participou nos dias 25, 26 e 27 de novembro, da Feira e Convenção de ONGs – ONG Brasil, onde pudemos realizar algumas atividades de difusão do nosso trabalho, como distribuição de panfletos e preservativos, além disso, fizemos alguns contatos com pessoas e organizações de várias partes do Brasil. Algumas delas se interessaram em realizar atividades em conjunto, como por exemplo, palestras de prevenção.
Gostaríamos de agradecer a algumas pessoas pela colaboração durante o evento, pois sem elas não conseguiríamos ter o êxito durante a feira. Ao Sergio Rodrigues, Rafaela e Eli do Projeto Esperança de São Miguel Paulista que dividiu o stand conosco comercializando os produtos que são produzidos pelos assistidos pela ONG.
Agradecemos a Gislene, Suzana e Laerte do Centro de Educação São José – SIPEB que nos ajudaram na distribuição de panfletos e preservativos.
Junto com a Festa das Flores e do Morango, a ONG Brasil foi um grande evento de difusão para a nossa ONG; acreditamos que em 2011 poderemos fazer muitas atividades e brilhar mais nesses eventos.
As fotos do evento estão no nosso Orkut e Facebook e também no álbum - http://picasaweb.google.com/vanguarda.esperanca/OngBrasil?feat=directlink
Abraços e até a próxima


Luis Fernando
Diretor Administrativo

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mudança

olá, amigos


Nosso endereço na ONG Brasil mudou para Rua S, stand número 21


Contamos com a sua presença...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

1º de Dezembro

Durante a reunião do Fórum ONG AIDS do Estado de São Paulo, os ativistas confirmaram as atividades que irão realizar no Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro).

O evento terá como tema "O movimento de aids em prol da vida", e contará culto ecumênico, apresentação de espetáculo teatral, debate e manifestação. As ações vão ocorrer entre 9h e 12h30 na Praça do Patriarca, região central da cidade de São Paulo.

Toda a população está convidada.

Convite ONG Brasil

Caros colegas,

A ONG Vanguarda da Esperança tem o prazer de convidá-lo para visitar nosso Stand na ONG Brasil - Feira e Congresso de ONGs Brasileiras, que será realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, no Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho, localizado à (endereço do local).

Os horários do evento serão:

Dias 25 e 26 de novembro, das 13h às 20h.

Dia 27 de novembro, das 10h às 17h

Na ocasião faremos a divulgação dos nossos trabalhos e no firme propósito de trabalhar contra a discriminação aos portadores soropositivos, bem, como a luta na prevenção ao HIV.

Estaremos localizados no Stand G, número 21.

Mais informações sobre a Feira no site: www.ongbrasil.com.br

E sobre a Vanguarda no blog: www.vanguarda-esperanca.blogspot.com

Esperamos sua visita.

Cordialmente,

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

País tem 14 mil crianças com HIV

A transmissão ocorre da mãe para o bebê. Menores que convivem com o vírus sofrem com efeitos colaterais dos medicamentos

A aids infantil é uma realidade brasileira. Até 2009, o Ministério da Saúde registrou 14.184 menores de 13 anos vivendo com o vírus HIV. Quase todos foram infectados pela chamada transmissão vertical, que é a que acontece quando a mãe transmite o vírus para o bebê.

Ser portador do vírus, para essas crianças, tem um significado diferente, já que desde o nascimento convivem com a presença dele. "Eu só lembro que tenho esse bichinho quando tomo medicamentos", comentou Bruno, de 9 anos. "A tia me ensinou que os remédios antirretrovirais são os soldados bons que precisamos tomar para matar os soldados ruins que são os bichinhos do HIV", acrescentou.

Assim como Bruno, milhares de outras crianças vivem com o vírus da aids e podem fazer planos para o futuro graças ao coquetel antirretroviral, combinação de remédios para combater a doença.

Entretanto, muitas delas ainda sofrem com os efeitos colaterais provocados pelos medicamentos, feitos, em sua maioria, com formulações para adultos. Além de conviverem com o preconceito.

Para chamar atenção para o tema, no Dia da Criança, a Agência de Notícias da Aids, organização que centraliza e divulga noticiário a respeito da doença, pediu para que menores vivendo com HIV fizessem perguntas para o diretor do Departamento de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco (leia abaixo).

Cartilha

O governo de São Paulo lançou uma cartilha para orientar os profissionais de saúde sobre como revelar o diagnóstico de HIV para crianças e adolescentes. O documento indica quais são as principais informações sobre o atendimento, a melhor forma de acompanhar as crianças e também como lidar com a família da criança, além de sugerir um kit de brinquedos para auxilar a revelação.

O kit sugerido é composto de um boneco, quatro soldados, um tabuleiro e aparelhos médicos de brinquedo, que são usados para contar uma históriarinha que revela o diagnóstico. A criança é transformada em super-herói que precisa combater o vírus.

Diretor fala a crianças com aids

Entrevista com Dirceu Greco, infectologista e doutor em medicina tropical

O senhor acredita na cura da aids?

Desde o começo da epidemia tem muita gente trabalhando na busca de uma cura. É muito difícil traçar algo que faça desaparecer o vírus da aids do corpo. Se você for olhar o tanto que melhorou com relação ao tratamento, verá que hoje as pessoas vivem por muito melhor. Mas ainda se continua uma busca muito grande pela cura.

O senhor já escreveu algum livro ou faz palestras sobre HIV para as crianças?

Eu tenho escrito muitas coisas sobre HIV e aids, mas relacionado com crianças eu nunca escrevi. O Departamento que eu coordeno atualmente tem muita coisa para criança. Livros sobre prevenção, sobre como buscar cuidados... Esses materiais estão disponíveis para quem quiser.

Fala-se na criação de uma vacina. Há algum estudo concreto para isso?

Estudos já existem há muitos anos. O HIV é um vírus muito complexo, e é difícil fazer uma vacina contra ele porque é muito mutável. Seis meses atrás apareceu o primeiro trabalho relacionado a uma vacina anti-HIV que mostrou algum tipo de resposta. Não é uma eliminação do vírus. É um estudo que mostrou, para nós pesquisadores, que somos capazes de chegar a um processo que certamente acabará em descobrir uma vacina.

Fonte: http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/10/9777-pais+tem+14+mil+criancas+com+hiv.html

Aspectos subjetivos do HIV/AIDS em Idosos

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de contaminação por HIV/AIDS na população com mais de 50 anos de idade vem se alastrando quando comparada a outros grupos etários minimamente estabilizados. Recentemente, muitas matérias têm sido publicadas sobre o diagnóstico tardio e a busca por tratamento para HIV/AIDS, observando-se a discrepância entre os dados encontrados nos jovens adultos e idosos (Fonte: Folha de São Paulo). Estes têm em sete vezes aumentadas a probabilidade de busca tardia pelo sistema de saúde, acarretando no retardamento do diagnóstico e prejuízo conseqüente ao tratamento da doença.

Apresentado o cenário atual do HIV/AIDS em idosos e tendo em vista a preocupação em melhor atender às suas necessidades, buscar-se-á compreender tais achados sob o ponto de vista das particularidades subjetivas que tomam parte no processo do envelhecimento, enfocando os entraves na vivência da sexualidade como fator desencadeante da maior parte dos casos de contaminação nesta faixa etária.

O envelhecimento apesar de ser processo natural do desenvolvimento humano, implica em mutações importantes, que necessitam de acomodação. Para tanto, é uma necessidade vital, a mediação do subjetivo. Entendemos que para um envelhecer psiquicamente saudável, não se trata de recomeçar, estando aí muitas vezes a dificuldade, quando esta etapa torna-se quebra da continuidade existencial e fator traumatizante, em outras palavras perda de sentido! Recomeçar implicaria em desfazer-se das raízes constituídas e desconsiderar que o atravessamento deste período depende primordialmente das conquistas e saberes constituídos ao longo de todo o desenvolvimento maturacional.

É freqüente encontrarmos na terceira idade, a presença de conflitos ocasionados pelo descompasso entre o “ser” e o “fazer”, quando ao rever a própria história, o idoso encontra um longo passado que invariavelmente projeta o ainda não realizado, o tempo futuro que se encurta. O que em geral ocorre, é que psiquicamente, quando o envelhecer não é integrado ao domínio subjetivo, a percepção do não realizado se equipara a “falta” e o idoso passa a sofrer da sensação de não ter vivido.

Sob o ponto de vista das experiências pessoais, podemos dizer que todo fenômeno orgânico, como por exemplo, HIV/AIDS, ocupa um lugar na dimensão subjetiva e a depender do impacto causado, somos mobilizados em nossa identidade. Na terceira idade o impacto incide na amostra evidente da passagem do tempo que o corpo traz, revelando a finitude e a fragilidade dos seres humanos, em muitos casos nos distanciando sobremaneira da noção de corporeidade e temporalidade constituídas até então, aspectos estes, norteadores de nosso lugar no mundo.

No âmbito da sexualidade, o conflito do envelhecer pode ser observado através da maneira como o sujeito se relaciona consigo próprio e com a vida. Encontramos a presença de atitudes impulsivas, que remetem a prática sexual à via do desempenho como busca desenfreada pelo resgate da identidade temporariamente perdida, quando o sexo é vivido a partir da repetição do fazer. Desta maneira, a pessoa faz uso do corpo como objeto, acentuando a falta de cuidados e a perda do aproveitamento real da experiência. É comum a pessoa se relacionar com o corpo que tem e não com o corpo que é!

O acréscimo da terceira idade às populações de risco na contaminação do HIV/AIDS reflete o posicionamento do homem enquanto mero consumidor da vida e suas possibilidades. Da mesma maneira que a redução do fazer/produzir é sentida como perda da funcionalidade, o idoso pode experienciar com o declínio da eroticidade, a eminência de perda da própria sexualidade. As transformações da vida e do corpo passam a ser “visitas de um estranho” e o idoso tende a estabelecer relações destrutivas consigo próprio e com o mundo na impossibilidade de incorporar esta nova fase da vida.

Quando estas mudanças não podem ser alojadas na esfera total da personalidade e do nosso modo de ser, há a interdição de um viver criativo da sexualidade. Inúmeros descuidos, revelados pela não-aderência ao uso de preservativos e cuidados médicos em geral trazem agravantes a saúde física, sendo porta de entrada á contaminação do idoso. Ao invés de recursos facilitadores de uma atividade sexual saudável, as medidas preventivas (e paliativas) permanecem no imaginário como recursos de aprisionamento do ser.

Ao pensar no idoso com HIV/AIDS, torna-se preocupante a especificidade deste fator aliado a este momento de vida. As dificuldades de enfrentamento da patologia acentuam-se devido ao acréscimo de outras situações que se descortinam: atravessamento das particularidades sintomatológicas e infecções oportunistas, das rotinas médicas e medicamentosas, do impacto na relação conjugal/ familiar frente à lida com o preconceito e busca pela sobrevivência. Surgem com maior intensidade, os medos da morte e da dependência, reedições de temas freqüentes em nossa prática clínica com esta população, sendo fundamental para o idoso reencontrar-se consigo mesmo neste momento.


Fonte:Roberta de Siqueira Meloso - Psicóloga Clínica

Fonte: http://www.crinorte.org.br/artigos/visualizar.php?id=7

sábado, 9 de outubro de 2010

8 de outubro - Dia Nacional de Prevenção ao HIV/Aids no Local de Trabalho

8 DE OUTUBRO - DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO AO HIV/AIDS NO LOCAL DE TRABALHO

O local de trabalho é onde, geralmente, as pessoas passam a maior parte do dia. Transformar o espaço de relações profissionais em ambiente de proteção da saúde inclui alinhar a iniciativa aos direitos humanos de quem vive ou convive com HIV/aids. Dados parciais de pesquisa em andamento do Ministério da Saúde mostram as consequências da exclusão no mercado de trabalho e a importância da data.

Entre 1.246 pacientes de aids de todo o país, 20,6% dizem ter perdido o emprego em decorrência da descoberta da infecção pelo HIV. Cinquenta e oito por cento dos homens que tiveram diagnóstico da doença não trabalham, enquanto a proporção masculina de desempregados na população em geral é de 33%.

A renda média de quem vive com a doença é menor do que a da população brasileira, apesar do maior grau de escolaridade de quem tem aids. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, um paciente com aids recebe por mês R$ 785, enquanto o rendimento mensal do brasileiro em geral é de R$ 936.

Como forma de garantir igualdade e promover ações de proteção à saúde do trabalhador, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou em junho de 2010 uma série de recomendações. Trata-se de princípios para orientar políticas e programas de responsabilidade social na gestão empresarial voltados à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e aids no mundo do trabalho. O documento, aprovado na 99ª sessão da Conferência da OIT em Genebra, pode ser acessado no site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. (clique aqui)

Colocar no mural da empresa mensagens sobre HIV/aids e matérias referentes ao tema, além de ofertar preservativos no local de trabalho, são formas simples, mas efetivas de prevenção. Outra medida lúdica para tratar do assunto é incluir palestras sobre aids na Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT).

A formulação e implantação de políticas para o enfrentamento da epidemia de HIV/aids nas empresas foi tema, esta semana, em São Paulo, do Congresso da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). O evento contou com a participação de integrantes do Conselho Empresarial Nacional de Prevenção ao HIV/Aids (Cenaids). O grupo reúne 15 grandes empresas do país e há onze anos desenvolve programas de enfrentamento à epidemia de HIV/aids no local de trabalho.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ONGs se mobilizam contra criminalização dos portadores do vírus da aids

ONGs se mobilizam contra criminalização dos portadores do vírus da aids

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Organizações não governamentais (ONG) que atuam na questão da aids estão preocupadas com iniciativas para criminalizar os portadores da doença. Para evitar a aprovação de leis nesse sentido, assessorias jurídicas dessas ONGs decidiram hoje (7) incentivar a criação de frentes parlamentares contra a aids. A informação é da assessora jurídica do Grupo Vidda do Rio de Janeiro e de Niterói, Patrícia Rios, que participa, na capital fluminense, de um seminário contra discriminação e a criminalização dos portadores do vírus HIV.

Segundo ela, o objetivo das frentes parlamentares, que seriam formadas em todos os níveis de governo, é atuar, principalmente, na prevenção da doença. O trabalho pela não criminalização dos doentes deverá ser feito de forma “perpendicular”, para evitar o abandono do tratamento e a estigmatização do doente.

De acordo com o Grupo Vidda, crescem as tentativas de condenar judicialmente portadores do HIV pela transmissão do vírus, mesmo quando o contágio ocorre sem intenção, em relações sexuais consensuais, ou quando o parceiro infectado não sabe de sua condição sorológica. "Há uma corresponsabilidade nas relações sexuais. Prevenção é para os dois", defendeu Rios. "Quando assumo uma relação sexual sem preservativo, assumo os riscos".

Segundo a assessora, não há números precisos sobre processos judiciais contra portadores do HIV, já que tramitam em segredo de justiça. Mas um levantamento informal das assessorias jurídicas das ONGs que atendem às pessoas com HIV demonstra que o problema vem se acentuando nos últimos dois anos.

Ao lembrar que três projetos de lei que pretendiam criminalizar os portadores do vírus foram rejeitados em 2008 pela Câmara dos Deputados, Patrícia Rios disse que há países que condenam mães portadoras da doenças que transmitiram o vírus aos filhos durante a gestação. "Querem que elas não engravidem".

Para evitar que leis semelhantes sejam aprovadas no Brasil, a assessora lembra que, das 630 mil pessoas que podem estar contaminadas no país, apenas um terço sabe de sua condição sorológica. Assim, muitos ainda podem passar a doença para os parceiros sem saber.

No caso de situações específicas, quando soropositivos forçam a relação sexual ou a mantém com o objetivo de infectar o parceiro, a assessora explicou que pode haver a criminalização e que o Código Penal tipifica cada caso. "Mas são condutas isoladas", ressalvou.

Professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Grupo Vidda no estado, Jorge Beloqui explicou que, mesmo no caso de contágio, o HIV não é mais uma doença que leva à morte em curto prazo. A expectativa de vida de um paciente em tratamento é de, pelo menos, 17 anos. Com o avanço da expectativa de vida, as ONGs também pretendem buscar parcerias com os ministérios do Trabalho e da Previdência Social para minimizar o preconceito. "A pessoa portadora do HIV está apta para o mundo do trabalho, mas este responde com discriminação a ela", disse.

O seminário contra discriminação e criminalização de portadores de HIV vai até amanhã (8), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro.


Edição: Vinicius Doria

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Maioria das pessoas com HIV não sabe da infecção

OMS aponta necessidade de US$ 10 bilhões para garantir o tratamento a todos


Mais de 50% das pessoas infectadas pelo vírus da Aids não sabem que estão contaminadas e 10 milhões em todo o mundo não têm acesso a remédios e tratamento. O alerta está em um novo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), que aponta a necessidade de US$ 10 bilhões para garantir o tratamento a todos.
No mundo, 33,4 milhões de pessoas são portadoras do HIV, mas apenas um terço tem acesso a remédios. No Brasil, cerca de 250 mil não sabem que estão contaminadas. O país não integra o grupo de nações que garantiram acesso universal ao tratamento.

A constatação da OMS é de que, em uma década, avanços importantes foram feitos para garantir que a população mundial tivesse acesso a remédios. Mas nenhuma das metas estabelecidas pela ONU foi atingida. Em 2003, a meta era ter, após dois anos, 3 milhões de pessoas sob tratamento. O número só foi atingido em 2007.

Para 2010, a meta era conseguir, nos países em desenvolvimento, que 80% da população - um total de 15 milhões de pessoas - tivesse acesso aos tratamentos. Mas, segundo a OMS, ao final de 2009 o número era de apenas 5,2 milhões, 36% do total. Só oito países atingiram a marca dos 80%, entre eles Romênia, Ruanda, Cuba e Botsuana. A ONU (Organização das Nações Unidas) adotou 2015 como o novo prazo para atingir esse objetivo.
Polêmica brasileira
Os dados sobre o Brasil são alvo de polêmica. Por uma disparidade na forma de contar o número de doentes e de pessoas com acesso a remédios, a OMS indica que entre 50% e 80% dos brasileiros com o HIV recebem tratamento. Entre 20 mil e 190 mil pessoas no país precisariam de medicamentos. A OMS considera a epidemia da Aids no Brasil "concentrada" em determinadas parcelas da população, diz Dirceu Greco, do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. 
Greco cita como exemplo a queda na transmissão vertical e a estabilidade na taxa de mortalidade.
– E não há fila para entrar no programa de tratamento.


Ele afirmou que o teste para detectar a doença pode ser feito em qualquer Unidade Básica de Saúde.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Jovens com HIV podem participar de concurso cultural

Ministério da Saúde promove concurso cultural para jovens que vivem com HIV

Vão até o próximo dia 8 as inscrições para que jovens que vivem ou convivem com HIV ou AIDS participem do concurso cultural “Vidas em Crônica”, realizado pelo Ministério da Saúde. O objetivo do concurso é reunir os melhores relatos sobre a epidemia a partir da perspectiva de quem tem entre 15 e 30 anos de idade.

O edital de participação está disponível no site www.aids.gov.br/vidas. Os primeiros colocados ganharão um netbook. Serão selecionadas em 20 de outubro as 10 melhores histórias – cinco de cada área. Elas serão adaptadas por um escritor e publicadas em uma revista especializada. Mais informações no www.aids.gov.br

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Faltam médicos especialistas em HIV, diz USP

Estudo da USP mostra que médicos de São Paulo não estão preparados para lidar com HIV


Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) recém-divulgado aponta que faltam médicos para cuidar dos pacientes de HIV no Estado, além de falta de preparo de boa parte do grupo para lidar com soropositivos. De acordo com o estudo, 70,9% dos 2.361 médicos que prescreveram antirretrovirais de outubro de 2007 a maio de 2009 não tinham formação em infectologia.

O Perfil do Médico Prescritor de Antirretrovirais no Estado de São Paulo indica ainda que 61% dos profissionais defendem a criminalização de portadores que transmitem o vírus da AIDS a parceiros sexuais - o que contraria orientação das autoridades de saúde brasileiras e das Nações Unidas.

Mudança de horário começa dia 17 de outubro

O horário de verão deste ano terá início no dia 17 de outubro e terminará no dia 20 de fevereiro de 2011. Neste período, os brasileiros que moram nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste terão que adiantar o relógio em uma hora.


Segundo o Ministério de Minas e Energia, nos últimos anos a redução média da demanda de energia elétrica tem sido em torno de 5%, nas regiões onde o horário de verão foi aplicado. A medida tem como objetivo reduzir os picos de demanda por energia, proporcionando uma utilização mais uniforme durante o dia.

O adiantamento do horário em uma hora diminui o carregamento nas linhas de transmissão, subestações e nos sistemas de distribuição, de forma que o atendimento em épocas de maior consumo ocorra com maior eficiência.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

HIV-1 e HIV-2: conheça a diferença entre os vírus que causam a Aids

  O vírus HIV-2, um segundo tipo do organismo que causa a Aids, teve sua presença confirmada no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz, durante o II Congresso de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, nesta semana. Encontrado em 15 pacientes, o vírus tem uma taxa de replicação menor e, por isso, pode ser considerado como uma versão mais “lenta” (mas também fatal) do HIV-1, o mais conhecido no país. O achado tem um impacto direto na questão do tratamento oferecido pelo governo federal, uma vez que o HIV-2 é resistente aos antirretrovirais do tipo não-nucleosídeos – uma das classes medicadas no Brasil.
“Os dois têm a mesma ação no organismo humano, mas o HIV-2 produz menos partículas virais que o HIV-1. Como não há tanta partícula no organismo da pessoa infectada, a possibilidade de transmissão é menor, mas ela existe”, explica Ana Carolina Vicente, chefe do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos da Fundação Oswaldo Cruz e líder da pesquisa. Isso significa que, ao ser contaminada, a pessoa demora mais a desenvolver a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
De acordo com Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o vírus já tinha sido identificado no país anteriormente. “A novidade é que, pela primeira vez, ele foi caracterizado genotipicamente. A descoberta não representa um risco maior à população”, salienta. No Brasil, o HIV-2 ainda representa uma parcela pequena da população infectada. As formas de contágio, no entanto, continuam sendo as mesmas: contato sexual, pelo sangue e de mãe para filho, durante a gestação.
Mais frequente nos países ao norte da África, o vírus HIV-2 pode significar um risco extra às pessoas que já possuem o HIV-1. “Se imaginarmos que a infecção atinge diretamente nosso sistema imunológico, com o contágio dos dois vírus, nosso sistema de defesa será bombardeado por dois agentes”, comenta Ana Carolina. Como os vírus convivem em sintonia e se multiplicam simultaneamente no organismo, o contágio, chamado de infecção conjunta ou superinfecção, ocorre também com subtipos do HIV-1, classificados com letras de A a H (no Brasil, os subtipos mais comuns são o B, C e o F). Por isso, os especialistas são unânimes no alerta: a prevenção com camisinha deve ser usada pelos soropositivos mesmo em relações com outras pessoas soropositivas.

Pesquisa confirma infecções por "novo" tipo de HIV no Brasil

Pessoas podem ser infectadas duas vezes pelos diferentes vírus da Aids
Estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz confirmou a presença de um segundo tipo de vírus da Aids em 15 pacientes no Brasil, todos em situação de infecção simultânea com o HIV-1, que já circula aqui. Desde 1987, pesquisadores discutem a presença do HIV-2 no país, mas o novo estudo usou meios mais precisos de confirmação e encontrou o maior número de casos.

Para o Ministério da Saúde, responsável pelas políticas contra a doença, o estudo tem impacto principalmente sobre a prevenção. Reforça a necessidade de uso da camisinha, por provar o risco de uma pessoa ser infectada duas vezes, pelos dois vírus, via diferentes exposições - o que pode ocorrer, por exemplo, na existência de múltiplos parceiros sexuais.
O diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais da pasta, Dirceu Grecco, diz que, "mesmo infectada, uma pessoa tem de usar camisinha".
Ele destaca que o HIV-2, detectado pela primeira vez no Senegal, em 1985, tem evolução mais lenta e é menos transmissível. Porém, é resistente a uma das classes de medicamentos contra a Aids. 
Segundo informações da fundação, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estimou, em 2008, que a epidemia por HIV-1 atingia 34 milhões de pessoas no mundo, enquanto o HIV-2 seria responsável pela infecção de 2 milhões.

Índia prepara plano para levar camisinhas a todo o país

Projeto pretende controlar a explosão demográfica

Preocupada com sua explosão demográfica, a Índia, país com mais de 1,1 bilhão de habitantes, prepara um plano para levar preservativos a todas as residências dos 600 mil povoados do país.
O programa foi idealizado pelo ministro da Saúde, Ghulam Nabi Azad, que rejeitou a opção de fazer uma lei para o controle demográfico. Para o ministro, a iniciativa "ajudará a controlar a população, que deve chegar a 1,19 bilhão em 2011". O último censo indiano, realizado em 2001, totalizou mais de 1,1 bilhão de habitantes. O próximo está previsto para 2011.
Segundo um porta-voz do Ministério da Saúde, Dheeraj Singh, os anticoncepcionais já estavam disponíveis de graça em hospitais e farmácias, mas, para promover o uso, "planejamos distribuí-los ou, melhor, vendê-los porta por porta".
A responsabilidade por convencer os moradores da necessidade de prevenção será de uma organização humanitária, a "Asha", que significa esperança em hindi. Ela possui ativistas locais e vai usar voluntários das comunidades na tarefa.
- Se as pessoas compram em vez de receber de graça, a possibilidade de não usarem será menor.
As ativistas da Asha - que ficará com 20% da venda dos preservativos, com um preço subsidiado - são pessoas em quem as comunidades rurais "confiam". Singh esclareceu que o plano ainda se está sendo elaborado e estimou que deve ser iniciado no final deste ano com um teste em um número limitado de povoados.
O secretário-geral da associação de planejamento familiar, Vishwanath Koliwad, viu com bons olhos o plano e ressaltou a importância da informação sobre o preservativo.
- É uma boa iniciativa. As pessoas sabem da existência dos anticoncepcionais, mas é importante informar sobre seu uso e vantagens.
Segundo o secretário, o diálogo direto facilita essa tarefa, por isso as ativistas da Asha são uma boa opção.
- Também é necessário que as pessoas se desfaçam da timidez na hora de comprar os preservativos.
Segundo um relatório do Ministério da Saúde, mais de 37 milhões de pessoas fizeram uso, entre 2008 e 2009, de métodos de "planejamento familiar": em primeiro lugar estão os 18 milhões de indianos que usaram preservativo, seguido pela pílula anticoncepcional (8,4 milhões), dispositivos intrauterinos (6 milhões) e esterilização (5,3 milhões).
A taxa de natalidade do país, segundo dados de 2005, é de 2,6 filhos por mulher. Mas boa parte da população, particularmente nas zonas rurais, segue resistente ao uso de métodos anticoncepcionais.
Além disso, muitas famílias tentam abortar quando descobrem que o feto é de sexo feminino. O aborto e o assassinato de meninas com poucos anos são um dos fenômenos que mais preocupam as organizações de direitos humanos. Na Índia, o filho homem perpetua a linhagem, herda a propriedade e tem o dever de cuidar de seus pais quando envelhecem, enquanto o dote que as famílias devem pagar quando a filha se casa é tão alto que muitas delas não querem ter meninas. Na Índia, para evitar abortos, os exames de ultrassom para determinar o sexo do bebê são proibidos. No entanto, muitas vezes esses testes são realizados clandestinamente.

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Fórum de ONG/Aids de SP se prepara para estrear programa na AllTV

O Fórum de ONG/AIDS reúne 98 organizações não-governamentais em São Paulo e foi criado em 1996. A entidade representa o movimento social de luta contra as DST/AIDS no Estado, cobrando de gestores e políticos iniciativas de enfrentamento da epidemia. O programa será de entrevistas com um convidado por semana, e a apresentação será revezada entre integrantes da instituição. A atração vai ao ar todos os domingos, das 11h às 12h. A AllTV é assistida por 700 mil pessoas mensalmente e 31% da audiência é do exterior, segundo estimativa da enciclopédia popular Wikipedia.


Serviço Cidadania e Destaque – AllTV
Todos os domingos, das 11h às 12h
www.alltv.com.br

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CNPJ

Olá, amigos!

Agradecemos a todos que nos ajudaram na saga para tirar o CNPJ, que finalmente saiu no dia 04 de setembro.

Agora, estamos nos cadastrando para que possamos nos beneficiar de doações dos créditos da Nota Fiscal Paulista.

Aproveito a mensagem para “pedir” a ajuda nos trabalhos que estamos fazendo na Festa do Morango e Flores de Atibaia nos finais de semana de setembro. Toda ajuda é bem-vinda.

Abraços!!!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

20% dos soropositivos morrem sem diagnóstico

 Mesmo garantindo tratamento da Aids gratuito e universal desde meados dos anos 90, o Brasil tem cerca de 20% dos diagnósticos da doença feitos só depois que o paciente morre.
A constatação é da pesquisadora Monica Malta, da Fiocruz, que analisou os 386.209 casos registrados no país entre 1998 e 2008 --no total, 141.004 pessoas morreram em decorrência da doença.
"Sem o diagnóstico, essas pessoas deixam de receber o tratamento que poderia fazer com que vivessem mais", diz.
 "Se a pessoa morreu sem saber que tinha HIV, pode ter tido comportamento de risco sem saber que poderia estar transmitindo a doença."
O estudo, apresentado na 18ª Conferência Internacional de Aids, em julho, é o primeiro com informações nacionais, com base em quatro bancos de dados do governo.
Foram analisados todos os casos confirmados da doença, e não aqueles em que havia apenas infecção pelo HIV --em muitos casos, a pessoa tem o vírus, mas ainda não desenvolveu a Aids.

EXAMES
A análise revelou que 57,8% dos doentes não fizeram exame de carga viral e 48,6% não fizeram exame de CD4 naqueles dez anos.
Quando se consideram só os usuários de drogas injetáveis, as porcentagens são ainda maiores.
Os exames são importantes para a definição do medicamento e para o monitoramento de sua eficácia. Recomenda-se que cada um seja feito três vezes ao ano.
Isso pode significar que essas pessoas não estão se tratando de maneira adequada ou, simplesmente, que não estão se tratando.
Ronaldo Hallal, assessor técnico do Ministério da Saúde, diz que uma possível explicação é o fato de parte dos doentes realizarem esses exames na rede privada. No país, 75% da população não tem plano de saúde e depende do SUS.
O ministério afirma ainda que uma parcela --sem dizer o número-- só descobre a doença quando já está perto da morte, sem tempo para fazer os exames --geralmente os mais pobres e os usuários de drogas injetáveis.
Sobre os 20% que morreram sem o diagnóstico, o ministério disse que não comentaria pelo fato de a pesquisa não ter sido publicada.

DOENÇA OPORTUNISTA
O educador social baiano Fabio Correia, 44, quase morreu sem saber que tinha a doença. Em 2000, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) decorrente da Aids. Passou semanas hospitalizado.
"Não tinha me passado pela cabeça que eu poderia ter Aids. Nunca havia cogitado fazer o exame de HIV", diz.
O coordenador da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, Veriano Terto Júnior, aponta problemas.
"A oferta e o acolhimento nos serviços de saúde são precários", diz. "E, por mais que seja garantido o sigilo, algumas pessoas ficam com medo da exposição." 

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pessoas com mais de 50 anos diagnosticadas tardiamente com HIV morrem mais cedo

 Pessoas com mais de 50 anos com HIV têm mais probabilidade de serem diagnosticadas com o estágio avançado da doença do que adultos jovens, segundo um estudo britânico.
Elas também têm duas vezes mais chances de morrer dentro de um ano após o teste de HIV do que os jovens diagnosticados tardiamente.
"Existe um grupo de pessoas que não faz o teste porque imagina que não está em risco", disse Valerie Delpech, do Centro de Infecções da Agência de Proteção da Saúde do Reino Unido, em Londres, que trabalhou no estudo, publicado na revista "Aids".
Ela disse que o número de britânicos infectados pelo HIV triplicou nos últimos dez anos, atingindo mais de 55.000 em 2007. Enquanto os idosos representam apenas cerca de um em cada seis desses casos, o número de novos diagnósticos está crescendo mais rapidamente entre aqueles com mais de 50 anos.
"Os números ainda são pequenos", disse Delpech. Ela estimou que menos de um a cada mil britânicos foram infectadas com o HIV. "Mas todos podem estar em risco, e precisamos pensar sobre isso", afirmou.
De 2000 a 2007, o número de pessoas recém-diagnosticadas com mais de 50 anos saltou de 299 para 710. Em comparação aos mais jovens, a maioria dos idosos soropositivos eram homens brancos homossexuais.
Ainda assim, houve uma grande proporção de homens e mulheres heterossexuais entre os infectados, ressaltou a pesquisadora.
Quase metade deles foram diagnosticados em estágio avançado da doença. Cerca de 14% dessas pessoas morreram no ano seguinte, em comparação com apenas 1% dos indivíduos testados rapidamente.
Embora as razões não fossem claras para o aumento do contágio entre os mais velhos, Delpech disse que o maior número de divórcios e as melhores condições de saúde podem ter colaborado para o aumento da atividade sexual entre essas pessoas.
Em um estudo anterior de doenças sexualmente transmissíveis, Anupam B. Jena, do Massachusetts General Hospital, em Boston, descobriu que os homens de 60 anos que tomavam Viagra, remédio para disfunção erétil, tinham o dobro da taxa de DSTs do que aqueles não medicados.
Ele disse que o novo estudo deixou claro pela primeira vez que o número crescente de idosos soropositivos não se deve apenas ao fato de que agora os doentes vivem mais, por causa dos medicamentos mais eficazes. De fato, os pesquisadores foram capazes de mostrar que cerca de metade das pessoas diagnosticadas após o 50º aniversário tinham sido infectadas com 50 anos ou mais.
Delpech disse que devem considerar fazer o teste todos os homossexuais, pessoas que viajaram para fora do país e tiveram relações sexuais ou quem iniciou um novo relacionamento. Se diagnosticados e tratados prontamente aos 30 anos, essas pessoas podem facilmente viver até 75 anos.
"Não é tudo má notícia", acrescentou. "Se você for diagnosticado precocemente, há medicamentos altamente eficazes."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/779187-pessoas-com-mais-de-50-anos-diagnosticadas-tardiamente-com-hiv-morrem-mais-cedo.shtml 

Soropositivos morrem mais de doença do coração do que de Aids

 Portadores do vírus HIV estão morrendo mais de doenças como infarto, diabetes e câncer do que de causas diretamente ligadas à Aids.
Novos dados mostram um aumento desproporcional de doenças cardiovasculares e diabetes como causa de óbito em pessoas com HIV em relação à população sem o vírus.
Estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro revelou que, no hospital da universidade, causas não associadas à Aids já ultrapassaram as ligadas à doença.
"Tudo leva a crer que, se essa ainda não for uma realidade em todo o país, em breve será", afirma Mauro Schechter, chefe do laboratório de pesquisas em Aids do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e um dos líderes desse novo trabalho.
A equipe coordenada por ele também publicou um estudo que avaliou os índices de mortalidade em pacientes com e sem o vírus, a partir de dados de todas as certidões de óbito brasileiras ao longo de cinco anos.
Segundo a pesquisa, a mortalidade por Aids caiu entre 1996 (ano em que o Brasil se tornou o primeiro país em desenvolvimento a fornecer acesso universal aos antirretrovirais) e 1999, e desde então se mantém estável.

OUTRAS CAUSAS
No entanto, nos portadores do HIV, a mortalidade por outras causas, como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças do fígado ou dos rins, subiu quase 8% ao ano. Já entre os não portadores do vírus, esse aumento não chegou a 3%.
No caso específico das doenças do coração, houve um aumento de quase 8% ao ano entre os soropositivos, contra apenas 0,8% na população em geral.
Segundo especialistas, a queda na mortalidade se deu com o acesso à terapia dos antirretrovirais. Mas os soropositivos não estão recebendo atenção médica para monitorar outras doenças.
Esse dado foi corroborado por uma pesquisa inédita, divulgada no último congresso internacional sobre Aids, realizado na Áustria.
"O sistema de saúde não aproveita a oportunidade para tratar esse paciente como um todo", critica Schechter.
O levantamento divulgado no congresso ouviu mais de 2.000 pacientes em 12 países, Brasil incluído, para identificar como o portador do vírus vê sua infecção e traçar um perfil de sua relação com médicos e sistema de saúde.
Um terço dos entrevistados foi enquadrado no perfil considerado de alto risco cardiovascular - mas 65% deles não estavam tratando seus fatores de risco para problemas cardíacos.
Além disso, 44% dos fumantes nunca discutiram com seus médicos as implicações do hábito para a saúde.
Para piorar, sabe-se que há uma associação entre algumas drogas usadas por portadores do HIV e doenças cardiovasculares.
"O que mais chama a atenção é a baixa porcentagem de pacientes que discutem com seus médicos fatores como tabagismo, excesso de peso, entre outros", diz Schechter, coordenador do estudo no Brasil. "É como se os médicos apenas vissem um vírus a ser tratado naquele paciente."
"Estamos começando a conhecer os efeitos do vírus e dos remédios a longo prazo. Esses pacientes estão envelhecendo e as exigências da doença mudaram. Agora precisamos nos adaptar a isso", completa o infectologista Esper Kallás, da Universidade de São Paulo.

VÍRUS E DROGAS PODEM ELEVAR O COLESTEROL
Estudos recentes sugerem que a própria infecção pelo vírus HIV, ao levar a um processo inflamatório crônico, pode ter relação com o aumento do risco cardíaco. Algumas classes de drogas antivirais também elevam o colesterol. Mas, é claro, os médicos recomendam manter o tratamento mesmo assim, para controlar a infecção.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/776910-soropositivos-morrem-mais-de-doenca-do-coracao-do-que-de-aids.shtml 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Relações sociais aumentam expectativa de vida

Relações sociais aumentam expectativa de vida

Um estudo realizado por professores da Universidade Brigham Young, em Utah, nos EUA, concluiu que as relações sociais -amigos, família, vizinhos e colegas- aumentam as chances de viver mais em 50%. A pesquisa foi publicada na revista científica PLoS Medicine.
Os pesquisadores analisaram dados de 148 estudos previamente publicados e mediram a frequência da interação humana e da saúde, controladas por um período de sete anos e meio, em média.
No entanto, o estudo não informa sobre a qualidade dos relacionamentos. "Os dados mostram simplesmente se as pessoas estavam integradas em uma rede social", informou a professora Julianne Holt-Lunstad, que liderou a pesquisa. "Isso significa que os efeitos das relações negativas são agrupados com as positivas. Eles estão todos juntos em média."
A professora disse ainda que há muitos fatores que ligam a presença de amigos e família a uma saúde melhor. "Quando alguém está ligado a um grupo e sente responsabilidade por outras pessoas, cuida melhor de si e corre menos riscos", afirmou Holt-Lunstad.
Segundo o outro líder do estudo, Timothy Smith, "esse efeito não é isolado em adultos mais velhos. Relacionamentos fornecem um nível de proteção em todas as idades".
As conveniências modernas e a tecnologia podem levar algumas pessoas a pensar que as relações sociais não são necessárias, alertou Smith. Mas segundo o professor, "a interação constante é benéfica não só para a saúde psicológica, como também para a física".
Em entrevista à Folha, o cardiologista e nutricionista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, explicou que "todas as aceitações de prazer e bem-estar -como alegria, satisfação e realização- estão relacionadas à liberação de substâncias vasodilatadoras".
Por isso, quem tem mais sensações de prazer corre menos risco de sofrer uma doença cardíaca. "Quando uma pessoa fica nervosa, aumenta a produção de adrenalina no sangue, que tem ação vasoconstritora (contração dos vasos sanguíneos), o que provoca mais problemas no coração. Quem é mais relaxado, vive mais", afirmou o cardiologista.
O geriatra Luiz Antonio Gil Jr., diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Geriatria, também concorda que as relações sociais promovem benefícios. "A pessoa acaba se cuidando mais quanto tem um suporte social melhor."
Ele acredita que o contato com outras pessoas estimula o cuidado com a saúde, pois insere o indivíduo em atividades físicas e sociais. De acordo com Gil Jr., "as relações melhoram o humor, o que diminui o risco de depressão".

Maioria dos soropositivos tem relação estável e trabalha

Maioria dos soropositivos tem relação estável e trabalha

Um estudo realizado pela Casa da Aids do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) apontou que 60% dos pacientes com Aids atendidos têm um relacionamento afetivo estável, independente da orientação sexual.
A pesquisa ainda mostrou que 10% não revelam a doença ao parceiro.
Segundo o HC, dois terços dos infectados pelo HIV disseram ter relação com pessoas não portadoras do vírus. "Embora muitos falem para o parceiro sobre sua soropositividade, ainda há uma pequena parcela que tem dificuldade", disse a diretora da Casa da Aids, Eliana Gutierrez.
A maioria dos pacientes acompanhados pelo serviço tem 44 anos, em média, e é formada por homens que convivem há mais de dez anos com a doença.
Gutierrez também informou que o aparecimento dos antirretrovirais tornou a Aids uma doença crônica. 94% dos portadores do vírus que frequentam a Casa da Aids e fazem uso dos medicamentos avaliam o resultado do tratamento como bom, de acordo com o hospital.
Outro dado positivo do levantamento é que grande parte está integrada à sociedade produtivamente, pois apenas 16% estão desempregados. Apesar das complexidades trazidas pelo vírus -pelo uso do coquetel e pela idade- é possível dizer que a situação é muito melhor do que há 20 anos. "Hoje, os infectados pelo vírus já se permitem pensar no futuro", concluiu a diretora.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Empresa pode responder na Justiça por discriminação contra portador de HIV

Companhia não pode demitir ou rebaixar funcionário por causa da doença


Há mais de dez anos, a professora Mara Moreira não encontra um emprego. E, há três anos, ela não tem nenhuma fonte de renda.
- Você contrataria alguém que precisa faltar uma vez por semana no trabalho para fazer o tratamento?
Mara é portadora do HIV desde 1995. Ela contraiu o vírus de seu marido logo após o casamento, em dezembro de 1994. Menos de dois anos depois ele morreu. À época, Mara era estagiária em uma prefeitura do interior do Rio de Janeiro.
- Eu estava com emprego quase certo. Mas quando souberam do resultado, eles recusaram o emprego [referente à função que exercia].
Um levantamento feito pelo Unaids (Programa da Organização das Nações Unidas de combate à Aids) indica que 29% dos brasileiros não trabalhariam com portadores do HIV. Por causa do preconceito, o governo brasileiro proibiu, no fim de maio, as empresas do país de exigir o exame de HIV dos trabalhadores.
No caso de Mara, ela acabou conseguindo ser contratada pela prefeitura, mas para um outro setor.
- Me colocaram numa função que não tinha nada a ver com o que eu fazia. A desculpa é que era para eu fazer o tratamento.
Naquela época, Mara ainda não fazia o tratamento com o coquetel de remédios anti-HIV. E a função que passou a exercer, diz ela, era menos exigente e a mantinha mais isolada dos colegas.
A advogada trabalhista Isadora Petenon, do escritório Advocacia Celso Botelho de Moraes, diz que pessoas que sofrem com o mesmo problema de Mara podem recorrer à Justiça do Trabalho e exigir indenização por danos morais se forem rebaixadas de função por causa da doença.
Profissionais que forem demitidos por ter HIV podem entrar com ação para pedir a recontratação, diz Isadora.
– Jamais alguém pode ser demitido por ter uma doença como a Aids, mas é preciso que fique configurado que a demissão ocorreu por causa da doença. Se a empresa fez um corte de vários funcionários, incluindo o portador do HIV, ou nem sabia que ele tinha Aids, não é o caso.
A empresa também pode ser responsabilizada por crimes como calúnia, que prevê prisão de seis meses a dois anos e multa, ou difamação (prisão de três meses a um ano e multa), caso esteja ciente da existência do preconceito por parte de um funcionário e não tome atitudes para resolver o problema.

De acordo com o advogado trabalhista Livio Enescu, conselheiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a empresa é responsável pelo ambiente de trabalho e pode ter problemas com a Justiça mesmo que a agressão tenha ocorrido fora da sede da companhia.
Para provar a irregularidade, o soropositivo vai precisar recolher provas e convencer colegas a serem testemunhas da discriminação, diz o especialista.
– Ele vai ter que provar que ficou abalado com a situação, chamar testemunhas e também selecionar provas materiais, como e-mails trocados sobre o assunto, porque muitas vezes os chefes mandam mensagens horrorosas hoje em dia. Vale também imprimir possíveis recados deixados no Orkut ou no Facebook, por exemplo.

Com HIV, sem trabalho, sem benefício
Depois de quatro anos, com a mudança de prefeito, Mara foi demitida. Ela passou a receber o auxílio-doença do INSS, que lhe garantia uma renda de um salário mínimo. Mas, depois de receber o benefício por sete anos, ela perdeu esse direito.
- Após sete anos, se você não teve uma doença oportunista [como uma tuberculose], você perde o benefício, independente da carga viral. Nem minha falência terapêutica não importa para eles.
Atualmente o organismo de Mara já criou resistência para alguns dos antirretrovirais, período chamado de falência terapêutica.
- Todos os medicamentos que já usei não estão fazendo mais efeito. Por isso, minha médica me fez trocar todos os remédios. E mesmo assim não consigo arrumar meu benefício nem arrumar emprego.
A advogada Aurea Celeste Abbade, presidente-fundadora do Gapa (Grupo de Apoio à Prevenção à Aids), instituição que presta assistência psicológica, jurídica e social para portadores da doença, diz que o caso de Mara não é uma exceção.
- Não sei se é ignorância, falta de conhecimento das formas de transmissão. Toda semana temos três, quatro pessoas que foram despedidas por discriminação. Temos vários processos. Muitas vezes conseguimos provar, outras não.
Segundo ela, há situações em que as empresas demitem os portadores, mas encontram outras razões para justificar a demissão.
- Já aconteceu em dois bancos grandes. Eles dizem que as pessoas perderam a produtividade. Arranjam outras desculpas. Eles pagam tudo e às vezes até dão uma coisa a mais. Tivemos um caso que a empresa deu R$ 700 mil a mais [para o ex-funcionário].

Falar de Aids diminui o preconceito
A médica norte-americana Amy Nunn, professora da Universidade Brown, nos Estados Unidos, e autora do livro The Politics and History of AIDS Treatment in Brazil (A Política e a História do Tratamento contra a Aids no Brasil), lançado no ano passado, diz que esse tipo de preconceito atinge a maior parte do mundo, e não só o Brasil. Para ela, é necessário falar abertamente sobre a doença.
– A melhor forma de lidar com o estigma é continuar falando sobre HIV/Aids para que pessoas não tenham medo de fazer o exame ou de revelar que têm HIV ou de ficar perto de pessoas infectadas pelo vírus. O Brasil faz um ótimo trabalho com campanhas para desestigmatizar a Aids.
Entretanto, para Aurea, esse tipo de ação deveria ser intensificado.
- Para diminuir o preconceito, cabe ao governo fazer campanhas educativas, falando sobre os meios e formas de transmissão. Mas não pode fazer apenas uma vez por ano. Em geral as campanhas ocorrem no Carnaval e no dia 1º de dezembro [Dia Mundial de Luta Contra Aids]. Precisamos também de campanhas dentro das empresas.



Fonte - http://noticias.r7.com/saude/noticias/empresa-pode-responder-na-justica-por-discriminacao-contra-portador-de-hiv-20100726.html

domingo, 25 de julho de 2010

Conferência da Aids termina pedindo mais direitos e prevenção

 Após seis dias de encontro, 248 sessões e centenas de atividades paralelas, a Conferência Internacional Aids 2010 termina nesta sexta-feira com destaque para os direitos humanos, a prevenção e a universalização do tratamento aos portadores do HIV.
Mais de 16.000 delegados, 850 especialistas e 95 ONGs debateram desde domingo as estratégias para frear a disseminação da doença, que afeta 33 milhões de pessoas no mundo todo. A cada dia, 7.400 pessoas são infectadas pelo vírus que deixou 2 milhões de mortos em 2008.
"A conferência é um começo para discutir, enfocar e enfatizar a Europa Oriental, Ásia Central e os problemas ali", disse hoje Brigitte Schmied, copresidente do encontro, em relação à importância dada às regiões do mundo onde a doença se expande com mais rapidez.
Para Schmied a conferência, que foi "muito viva", trabalhou três pontos essenciais: o acesso ao tratamento universal para todos os infectados pelo HIV, a importância dos direitos humanos na luta contra a Aids e a melhora na prevenção.
Em relação aos direitos humanos, a conferência teve como documento oficial a chamada Declaração de Viena, na qual se adverte que a criminalização e a repressão como estratégias de luta contra a droga e a toxicomania estão "alimentando" a epidemia do HIV.
Nesse sentido, Schmied aposta em políticas de redução de danos, como a mudança de seringas, as drogas de substituição e, no geral, uma aproximação cientista e não penal do tema.
No encerramento da conferência, a declaração foi assinada por 12.725 pessoas.
Por sua vez, o presidente do encontro, Julio Montaner, alertou sobre a queda prevista das contribuições ao Fundo Mundial Contra a Aids pelos países industrializados.
Montaner acusou o Grupo dos Oito (G8, países mais ricos e Rússia) de "traição" pela previsível queda das contribuições.
"Quando faltou dinheiro para pagar os banqueiros ou a indústria automotivo, eles encontraram em seguida, porque são amigos das empresas. Encontramos o dinheiro para Wall Street, e aconteceu o derrame de petróleo no Golfo do México, também se encontraram fundos", disse o médico canadense de origem argentina.
Foram os países mais ricos os que encabeçaram a criação do Fundo Mundial Contra a Aids, a Tuberculose e a Malária, que no período 2008-2010 contava com US$ 10 bilhões para combater o HIV.
Para os anos 2011 a 2013, o Fundo pede entre US$ 13 milhões e 20 milhões.
Manfred Nowak, relator especial da ONU sobre a tortura, se referiu hoje à falta de vontade política de muitos governos para resolver o grave problema da Aids nas prisões.
As más condições de vida nos centros penitenciários de muitos países, com carência de assistência médica, seringas e preservativos, faz com que a taxa de prevalência da Aids seja muito elevada.
Nowak lembrou que 30 milhões de pessoas entram e saem das prisões a cada ano, muitas delas infectadas com o HIV, o que "não é só um problema de saúde nas prisões, mas de saúde pública" em geral.
"Elas estão privados de liberdade, mas não de direitos humanos", lembrou o especialista.
A conferência de Viena entrega o testemunho da organização deste evento bienal a Washington, que receberá a reunião sobre a doença em 2012.
Após o fim do fórum, o professor de medicina ugandense Elly Katabira assume a Presidência da Sociedade Internacional da Aids (IAS, na sigla em inglês), até 2012. 

Conferência sobre Aids termina com promessa de acesso universal a tratamentos

 A 18ª Conferência Internacional sobre Aids foi concluída nesta sexta-feira, em Viena, com uma mensagem de Barack Obama afirmando que a ajuda concedida pelos Estados Unidos à luta contra a Aids prosseguirá.
A mensagem gravada do presidente americano foi divulgada na cerimônia de encerramento da conferência.
Obama relembrou que os créditos do Fundo de Ajuda Presidencial (Pepfar) haviam aumentado e que o orçamento 2011 "havia sido o mais importante até o momento".
"Trabalharemos para evitar mais de 12 milhões de novas infecções. Vamos oferecer ajuda direta a mais de quatro milhões de pessoas em tratamento e auxiliar mais de 12 milhões de pessoas, entre elas cinco milhões de crianças e órfãos, a receber os cuidados de que tanto precisam", disse o presidente, que também pretende contribuir para uma redução considerável do número de bebês contaminados pelo vírus.
Os participantes da conferência, que reuniu durante seis dias em Viena cerca de 20.000 pessoas, ouviram também mensagem da secretária de Estado americana Hillary Clinton, afirmando que "a saúde era um direito do homem".
Em outra mensagem, o bispo sul-africano Desmond Tutu destacou que "o tratamento deve ser não somente disponível, mas acessível".
O prêmio Nobel da Paz de 1984 pediu ao presidente Obama que não reduzisse o financiamento da luta contra a Aids, em um artigo publicado nesta semana pelo New York Times.
Durante seis dias, os pesquisadores, especialistas, dirigentes de organizações de 197 países discutiram a discriminação aos soropositivos, o tratamento para todos, novas ferramentas de prevenção como os microbicidas, e problemas financeiros que encontram aqueles que lutam contra a Aids.
"O desafio não é encontrar dinheiro, mas mudar as prioridades", disse o presidente da Sociedade Internacional da Aids (IAS), organizadora da conferência, o canadense Julio Montaner.
"Quando se tem uma crise em Wall Street, bilhões e bilhões de dólares são rapidamente mobilizados. (...) A saúde das pessoas merece uma resposta financeira equivalente e uma prioridade muito mais elevada", disse.
Montaner pediu à esposa do presidente francês, Carla Bruni-Sarkozy, que "defende fortemente" o acesso universal aos tratamentos, para "garantir que seu marido se torne também um defensor determinado desta posição sobre a Aids, quando a França acolher a cúpula do G8, ano que vem". 

Veja sugestões para fortalecer o sistema imunológico contra a gripe

 Se não é a umidade baixa, é a temperatura que cai. Nesta época, o que aumenta é o número de vírus em circulação e de internações por doenças respiratórias.
Em São Paulo, nos últimos dois anos, essas internações aumentaram, em média, 50% entre maio e agosto, mostra levantamento da Secretária de Estado da Saúde.
 Quem quer fugir da estatística procura se proteger com medidas que vão de se entupir de vitamina C a limpar constantemente as mãos com gel antisséptico.
"Não há comprovação que superdoses de vitamina C evitem a contaminação. Já lavar as mãos é indicado. Mas água e sabão são tão eficazes quanto o gel", diz Ricardo Tardelli, coordenador estadual de Saúde.


EFICÁCIA IMUNOLÓGICA

"Não existe isso de criar um supersistema imune. Mas algumas medidas podem favorecer sua eficiência", afirma o imunologista Luiz Vicente Rizzo, do hospital Albert Einstein.

Dormir, por exemplo. "Quando dormimos, liberamos substâncias que ativam o sistema de defesas do corpo, como a melatonina", diz Rizzo. Fundamental para a imunidade, a melatonina só é liberada em quantidade na ausência de luz.
Assim como precisa de escuridão, o sistema imunológico precisa de luz e sol.
Um estudo recente da Unidade de Pesquisa em Imunidade e Prevenção de Doenças, dos EUA, mostrou que pessoas que tomam pouco sol e têm concentração menor de vitamina D estão mais sujeitas a infecções.
Além da vitamina D, os nutrientes da vez são o zinco e a vitamina E.

Um estudo feito com 600 idosos de Boston conclui que o consumo diário de 200 UI (unidades internacionais) de vitamina E diminui em 20% o risco de gripes e pneumonia.

No mesmo estudo, publicado no "American Journal of Clinical Nutrition", os pesquisadores constataram que as pessoas com bons níveis de zinco no sangue apresentavam 50% menos chance de ter pneumonia.



ESTRESSE

Para Esdras Guerreiro Vasconcellos, diretor do Instituto Paulista de Stress, Psicossomática e Psiconeuroendocrinoimunologia, as reações hormonais desencadeadas pelo estresse são uma das principais causas da chamada "baixa de imunidade".

Medidas antiestresse têm mostrado uma ação específica no sistema imunológico.
A massagem é uma delas. Pesquisas feitas com pessoas em condições de baixa imunidade -adolescentes com Aids, mulheres com câncer de mama e bebês prematuros- mostram que, após sessões de massagem, a quantidade de células de defesa no sangue aumenta.


REMÉDIOS

Medicamentos são importantes para controlar infecções por bactérias e diminuir sintomas de viroses. Quando bem indicados. Caso contrário, trabalham contra o sistema imunológico.

"Usar antibiótico sem indicação altera o equilíbrio da flora intestinal, facilitando o aparecimento de fungos e infecções", diz Tardelli.
Remédios sintomáticos para gripe também podem atrapalhar. "Eles melhoram sintomas como excesso de coriza. Mas também secam o muco respiratório, o que pode, em tese, interferir nos mecanismos naturais de defesa", pondera Tardelli.
A mesma tese se aplica aos antitérmicos. Como o aumento de temperatura corporal é uma forma de o corpo se defender, o ideal é não "abortar" a febre assim que a temperatura começar a subir. "É melhor não usar o remédio se a febre estiver abaixo de 38º", recomenda Tardelli.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/772350-veja-sugestoes-para-fortalecer-o-sistema-imunologico-contra-a-gripe.shtml

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Aumento dos soropositivos com mais de 60 anos preocupa especialistas

Aumento dos soropositivos com mais de 60 anos preocupa especialistas

 O sensível crescimento do número de soropositivos com mais de 60 anos de idade previsto para os próximos anos representa um desafio médico e social dadas as dificuldades de vários tipos, em particular as financeiras, que devem ser enfrentadas por essas pessoas.
O tema se torna cada vez mais preocupante à medida que a primeira geração de soropositivos está se aproximando dos 60 anos graças ao uso de antirretrovirais.
Esses pacientes vivem principalmente em países ocidentais, nos quais foi colocado à disposição este tipo de terapia a partir de 1996. A eles se somarão dentro de alguns anos milhões de pessoas que vivem em países pobres e nos quais o uso de antirretrovirais teve início apenas em meados da década passada.
A Aids ficou conhecida em 1981. Antes de serem desenvolvidos os tratamentos com antirretrovirais, os soropositivos no geral terminavam ficando doentes dentro de uns dez anos e morriam um ou dois anos depois disso.
Para muitos dos soropositivos que agora estão chegando a idades mais avançadas, viver com o HIV provavelmente acarretará problemas médicos, solidão, opróbrio e dificuldades financeiras, segundo uma palestra durante a Conferência Internacional sobre a Aids em Viena.
"Sempre houve soropositivos mais idosos, mas agora são muitos mais, e isso poderá ter enfoques novos em termos de saúde pública", estimou o diretor da ONUAids, Gottfried Hirnschall.
"Envelhecer com o HIV é mais que um desafio clínico, é também um desafio social, que não se deve limitar a uma parte do mundo", acrescentou.
Para Lisa Power, da organização de beneficência britânica, Terrence Higgins Trust, apesar de os soropositivos viverem mais tempo do que antes, sua qualidade de vida corre o risco de deteriorar-se.
Essa organização entrevistou 410 soropositivos de mais de 50 anos de idade que residem no Reino Unido. Os mesmos estão geralmente desempregados e têm poupanças inferiores às das pessoas da mesma idade e saudáveis, depois de ter previsto morrer antes de chegar a uma idade tão madura e, por isso, ter poupado menos.
Muitos deles vivem isolados, temem sofrer uma dupla discriminação pela idade e a doença e estão obcecados pelo dia em que serão internado num hospital ou em uma casa para idosos.
Um estudo apresentado por Margaret Hoffman-Terry da organização independente americana American Academy of HIV Medicine inclui números que evidenciam a existência desses problemas.
Nos Estados Unidos, o número de soropositivos de mais de 50 anos de idade passou de 20.000 em 1995 a 120.000 em 2005.
As pessoas com mais de 55 anos têm três vezes mais possibilidades de padecer uma doença crônica que uma pessoa saudável de 70 anos, segundo Hoffman-Terry.
"No futuro, teremos pacientes que viverão décadas a mais e deveremos encontrar a forma com que possam fazer isso com boa saúde", concluiu. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/770840-aumento-dos-soropositivos-com-mais-de-60-anos-preocupa-especialistas.shtml

domingo, 18 de julho de 2010

Cientistas mostram otimismo sobre vacina contra a AIDS



WASHINGTON (Reuters) - Ativistas e especialistas em Aids que se reúnem em Viena neste fim de semana para uma conferência sobre a Aids vão ouvir sobre os progressos na proteção das pessoas contra a doença. Não é esperado nenhum anúncio sobre a descoberta de uma possível vacina, mas pesquisadores estão mais esperançosos hoje do que antes de que a vacina é possível.
Eles apenas precisam escolher o melhor caminho para isso. "Houve um renascimento da vacina da Aids", afirmou Seth Berkley, presidente da Iniciativa Internacional de Vacina para Aids.
Dois estudos publicados no ano passado aumentaram bastante as esperanças para uma vacina. Um, divulgado em setembro último, é sobre a combinação de duas antigas vacinas que abaixou o índice de infecção em um terço depois de três anos. A pesquisa foi realizada com 16 mil voluntários tailandeses.
No segundo estudo, publicado neste mês, pesquisadores descobriram anticorpos humanos que podem oferecer proteção contra vários vírus da Aids.
"Estou mais otimista sobre uma vacina agora do que estive nos últimos dez anos", diz Gary Nabel, do Instituto Nacional de Alergias e Infecções dos Estados Unidos. Ele liderou o segundo estudo.
O vírus da Aids infecta 33,4 milhões de pessoas no mundo, segundo as Nações Unidas. Ele matou mais de 25 milhões.
As recentes pesquisas têm ajudado a diminuir o campo onde os cientistas devem se concentrar para desenvolver a vacina.
Um caminho pode ser refazer o teste da pesquisa com tailandeses. Pode ser mais fácil verificar resultados se a vacina for testada em pessoas com alto risco de infecção, e não em voluntários comuns.
MAIS ANOS DE PESQUISA
Algum tipo de vacina deve ser testada na África do Sul por volta de 2013 ou 2014, segundo Berkley, mas nada impede que daqui mais uns anos pesquisadores tenham outra vacina que não funciona.
Isso tem amedrontado as grandes indústrias farmacêuticas, que têm deixando as pesquisas para institutos, governos e pequenas empresas. Com orçamentos apertados, a pesquisa tem que ser focada. A maior esperança, diz Berkley, é uma vacina que pode ativar proteínas do sistema imunológico chamadas anticorpos neutralizadores.
Por isso que os pesquisadores ficaram tão animados com os resultados do instituto norte-americano neste mês.
Eles encontraram anticorpos no sangue de algumas pessoas cujos corpos produziram as defesas depois que foram infectados com HIV. Dois deles se vincularam e neutralizaram 90 por cento das mutações do HIV.
Os pesquisadores conseguiram congelar um dos anticorpos no processo de ligação para neutralização do vírus, obtendo uma imagem em nível atômico do momento em um processo chamado cristalografia por raios-X.
Ser capaz de "ver" como a estrutura se parece pode permitir aos pesquisadores projetar uma vacina usando um processo chamado desenho racional de vacina, semelhante a uma técnica usada para produção de medicamentos, disse Nabel.
Algumas pequenas companhias de biotecnologia também acreditam que podem ter respostas. A norueguesa Bionor está testando uma vacina chamada Vacc-4x, produzida com peptídios, pequenas porções da proteína do vírus da Aids.
Bionor não planeja desenvolver uma vacina para proteger as pessoas do HIV, mas pretende encontrar uma forma de livrar as pessoas de coquetéis de droga contra AIDS chamados de terapia antiretroviral altamente ativa, ou HAART.
Sete anos depois de vacinar os pacientes contaminados com HIV, eles ainda estão produzindo anticorpos contra o vírus, disse o doutor Per Bengtsson, vice-presidente sênior da Bionor, em recente entrevista à Reuters. Detalhes de mais estudos serão apresentados na conferência sobre HIV em Viena, na próxima semana.