quarta-feira, 20 de junho de 2012

Novo teste torna mais segura detecção de doença em doação de sangue


  Todo o sangue coletado no país terá de ser submetido a um teste mais eficaz na detecção dos vírus da Aids e da hepatite C a partir deste ano. O Ministério da Saúde informou na última segunda-feira (18) que a portaria que tornará o procedimento obrigatório será publicada em novembro. A tecnologia NAT será empregada tanto no sistema público de saúde quanto na rede privada.

Atualmente, apenas 25% das mais de 3,5 milhões de bolsas de sangue coletadas anualmente no país passam pelo Teste de Ácido Nucleico (NAT, na sigla em inglês), que consegue detectar os vírus mesmo que o doador tenha sido contaminado há poucos dias. Atualmente, o teste mais usado se chama Elisa. Hoje, 75% do sangue é coletado no serviço público e os 25% restantes vêm da rede particular.

O período de tempo em que os vírus, embora presentes no sangue, não são detectados pelos testes é chamado de janela imunológica. Essa é uma das causas principais de um resultado falso negativo, por exemplo. No caso da Aids, a janela imunológica atual, de 22 dias com o Elisa, cairá para 7 dias. Para as hepatites, esse tempo passará de 70 dias para 11 dias.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, a cada 150 mil transfusões de sangue feitas no Brasil, uma resulta na contaminação do receptor por HIV ou pelo vírus da hepatite C. Por isso, a testagem para esses dois vírus será priorizada. "Mas, até o final do ano que vem, incluiremos na portaria o teste NAT para hepatite B e dengue ou doença de Chagas", disse o coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez.

Centralização

A testagem do sangue por meio do NAT será feita no Brasil de forma centralizada, em 14 centros nacionais. No Estado de São Paulo serão três polos: o Centro de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Hemocentro de Ribeirão Preto, ambos no interior, além da Fundação Pró-Sangue, na capital.

Um teste NAT, norte-americano, custa cerca de R$ 140 por bolsa de sangue. No Brasil, porém, será usada uma versão nacional da tecnologia. "Conseguimos chegar a um custo 30% inferior ao praticado pela iniciativa privada", disse Genovez.

O produto nacional é fruto de uma parceria entre a Empresa Brasileira de
Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), o Instituto Carlos Chagas, o Instituto de Tecnologia do Paraná e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná.



fonte: Folha.com

segunda-feira, 11 de junho de 2012

STJ: transmissão proposital de HIV é crime

A transmissão consciente do vírus HIV, causador da AIDS, configura lesão corporal grave, segundo entendimento da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os ministros negaram habeas-corpus a um homem condenado pela Justiça do Distrito Federal por transmitir o vírus à ex-companheira.

Segundo o STJ, o portador de HIV manteve relacionamento com a vítima entre abril de 2005 e outubro de 2006. Inicialmente, conforme consta no processo, havia uso de preservativo nas relações sexuais. Depois, o uso foi abolido. Mais tarde, verificou-se que a mulher adquiriu o vírus.

Em sua defesa, o réu alegou ter informado à parceira sobre sua condição de portador de HIV. Ela, no entanto, negou ter sido alertada. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) entendeu que o homem assumiu risco de contaminar a companheira ao praticar sexo sem segurança e o condenou a dois anos de prisão.

A defesa recorreu ao STJ alegando que o crime não foi consumado, uma vez que a vítima não apresentaria os sintomas do vírus e, por isso, não estaria demonstrado o dano. A Turma rejeitou a alegação, considerando que, mesmo assintomática, a doença exige acompanhamento médico.

Em seu voto, a ministra Laurita Vaz considerou que a AIDS é enquadrada como enfermidade incurável, não sendo cabível sanções mais brandas. Ela ressaltou que o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a transmissão da AIDS não era delito doloso contra a vida, mas manteve a competência do juízo para determinar a classificação do delito.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mutirão em SP oferece testes rápidos para diagnóstico de HIV

Na próxima semana, um mutirão irá oferecer testes rápidos para o diagnóstico do vírus HIV em São Paulo. A ação acontece na segunda e terça-feira, das 9h às 16h, e na quarta, das 9h às 13h, na Academia Paulista de Letras, no Largo do Arouche.

A iniciativa é feita pela Secretaria de Estado da Saúde em conjunto com a Secretaria de Cultura do município na semana que antecede a 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, marcada para o dia 10 de junho, e que reúne lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, além de simpatizantes. Cada teste leva aproximadamente 30 minutos para ser realizado e sua eficácia é igual ao tradicional. Todo o processo é feito de forma cautelosa e sigilosa.
A ação contará, por dia, com 30 profissionais dos programas estadual e municipal DST/Aids-SP. Serão disponibilizados mil testes rápidos, 25 mil preservativos e panfletos com orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis. O objetivo é incentivar o diagnóstico precoce da infecção pelo vírus da Aids e reduzir o medo e o preconceito em relação ao teste.
Feira da diversidade 
Na quinta-feira, dia da Feira da Diversidade, atividade que faz parte da agenda de programação da Semana do Orgulho LGBT de São Paulo, profissionais da coordenação estadual de DST/Aids-SP e do programa municipal de DST/Aids estarão no Vale do Anhangabaú para orientar a população sobre a importância da prevenção a doenças sexualmente transmissíveis e Aids. Serão distribuídos 100 mil preservativos, 12 mil sachês de gel lubrificante e 10 mil folhetos informativos.
No dia da 16ª Parada, 150 agentes distribuirão preservativos em três barracas dispostas estrategicamente ao longo da avenida Paulista e durante o período de concentração para o evento. Este ano, o tema é "Homofobia tem cura: educação e criminalização! - Preconceito e exclusão, fora de cogitação".