Projeto pretende controlar a explosão demográfica
O programa foi idealizado pelo ministro da Saúde, Ghulam Nabi Azad, que rejeitou a opção de fazer uma lei para o controle demográfico. Para o ministro, a iniciativa "ajudará a controlar a população, que deve chegar a 1,19 bilhão em 2011". O último censo indiano, realizado em 2001, totalizou mais de 1,1 bilhão de habitantes. O próximo está previsto para 2011.
Segundo um porta-voz do Ministério da Saúde, Dheeraj Singh, os anticoncepcionais já estavam disponíveis de graça em hospitais e farmácias, mas, para promover o uso, "planejamos distribuí-los ou, melhor, vendê-los porta por porta".
A responsabilidade por convencer os moradores da necessidade de prevenção será de uma organização humanitária, a "Asha", que significa esperança em hindi. Ela possui ativistas locais e vai usar voluntários das comunidades na tarefa.
- Se as pessoas compram em vez de receber de graça, a possibilidade de não usarem será menor.
As ativistas da Asha - que ficará com 20% da venda dos preservativos, com um preço subsidiado - são pessoas em quem as comunidades rurais "confiam". Singh esclareceu que o plano ainda se está sendo elaborado e estimou que deve ser iniciado no final deste ano com um teste em um número limitado de povoados.
O secretário-geral da associação de planejamento familiar, Vishwanath Koliwad, viu com bons olhos o plano e ressaltou a importância da informação sobre o preservativo.
- É uma boa iniciativa. As pessoas sabem da existência dos anticoncepcionais, mas é importante informar sobre seu uso e vantagens.
Segundo o secretário, o diálogo direto facilita essa tarefa, por isso as ativistas da Asha são uma boa opção.
- Também é necessário que as pessoas se desfaçam da timidez na hora de comprar os preservativos.
Segundo um relatório do Ministério da Saúde, mais de 37 milhões de pessoas fizeram uso, entre 2008 e 2009, de métodos de "planejamento familiar": em primeiro lugar estão os 18 milhões de indianos que usaram preservativo, seguido pela pílula anticoncepcional (8,4 milhões), dispositivos intrauterinos (6 milhões) e esterilização (5,3 milhões).
A taxa de natalidade do país, segundo dados de 2005, é de 2,6 filhos por mulher. Mas boa parte da população, particularmente nas zonas rurais, segue resistente ao uso de métodos anticoncepcionais.
Além disso, muitas famílias tentam abortar quando descobrem que o feto é de sexo feminino. O aborto e o assassinato de meninas com poucos anos são um dos fenômenos que mais preocupam as organizações de direitos humanos. Na Índia, o filho homem perpetua a linhagem, herda a propriedade e tem o dever de cuidar de seus pais quando envelhecem, enquanto o dote que as famílias devem pagar quando a filha se casa é tão alto que muitas delas não querem ter meninas. Na Índia, para evitar abortos, os exames de ultrassom para determinar o sexo do bebê são proibidos. No entanto, muitas vezes esses testes são realizados clandestinamente.
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